A 777 está sendo processada pela Leadenhall Capital Partners, fundo inglês, por uma fraude referente a um empréstimo de US$350M, cerca de R$1.2B, esse caso está sendo julgado na corte de Nova Iorque. A empresa inglesa alega que a 777 deu garantias que não lhe pertencem ou sequer existem. Quem noticiou essa informação primeiramente foi a Bloomberg.
Como tudo começou:
A relação entre 777 Partners e a Leadenhall começou em maio de 2021, as duas empresas teriam fechado um contrato para uma linha de crédito que iria até setembro desse ano. Sendo assim, a 777 poderia pegar empréstimos com o fundo inglês porém existia uma obrigação de pagamento que toda a quantia devia ser paga no final desse acordo, ou seja, setembro desse ano. No contrato entre as duas empresas ficou definido que a 777 daria alguns ativos para a Leadenhall como uma forma de garantia bancária, algo bastante comum de acontecer nesse tipo de operação.
Para explicar melhor daremos um exemplo: Suponhamos que a 777 ofereceu 50% das acoes que tem no Vasco como garantia, caso eles não pagassem esse valor, esse “ativo” que foi acoes do Vasco iriam para a Leadenhall.
Foi então que no dia 19 de setembro de 2022, a Leadenhall recebeu um e-mail que tinha a seguinte mensagem:
“Os ativos dados como garantia pela SuttonPark (subsidiária da 777) não existem. Josh Wander nunca os comprou ou já os deu como garantia para outro credor. Você está sob grande risco, seu investimento não está seguro. O que ele está fazendo é criminoso”.
Eles afirmavam que as garantias sobre ativos que Josh Wander, um dos proprietários da 777, teria apresentado num valor de US$ 350M nunca foram dela ou já haviam sido oferecidos como garantia em outro empréstimo, algo que não pode ser feito. Mas a Leadenhall esperou mais de um ano para levar isso adiante, nesse período juntou provas e fez reuniões com a 777, esses encontros foram gravados com a permissão do J. Wander.
Cada vez mais suspeito:
Durante o período que a Leadenhall estava juntando provas sobre a acusação que recebeu no e-mail, mais precisamente em março de 2023, eles se encontraram com executivos da Credigy, empresa que também fez empréstimos para a 777 e eles enviaram pro fundo inglês uma lista com ativos sobre garantias que a empresa de Josh Wander tinha dado pra eles. A Leadenhall acabou encontrando que cerca de 1.600 ativos que valiam mais de US$150M haviam sido dado como garantia para as duas empresas, como já foi falado, algo que não se pode fazer.
Quando questionado sobre esse assunto durante uma reunião no dia 28/03/2023, Josh Wander disse que isso aconteceu por causa de um erro no sistema da 777. Mas prometeu ao fundo inglês que iam conseguir o dinheiro nem que fosse necessário “uma possível venda de parte dos ativos de futebol da 777”.
Lembrando que além de ter 70% das ações do Vasco, a 777 também tem porcentagens de outros clubes ao redor do mundo, segue a lista completa:
- Genoa-ITA
- Standard Liège-BEL
- Everton-ING
- Hertha Berlin-ALE
- Red Star-FRA
A situação da 777 com o Vasco:
Até o momento a empresa cumpriu com o pagamento de todos os aportes que devia ser feito ao clube, ainda faltam dois pro acordo de R$700M ser cumprido, o maior deles que é de R$270M que tá previsto para acontecer em setembro desse ano e mais R120M em 2025.