Justiça tira comando da SAF do Vasco da 777 Partners

Na noite dessa quarta-feira, a justiça concedeu em caráter uma liminar essa decisão que tira o controle da empresa americana sobre a SAF

Na noite da última quarta-feira (16), saiu uma decisão do Tribunal de Justiça do Rio, da 4ª Vara Empresarial, aceitando o pedido do Vasco para retomar o controle da SAF do clube e assim retirar o controle da 777 Partners. Essa decisão em caráter liminar foi assinada pelo juiz Paulo Assed Estefan. A noticia pegou todos de surpresa e nesse momento deixa mais perguntas que respostas, mas na prática essa decisão significa que os contratos firmados entre Vasco e a 777 tiveram seu efeito suspenso e o juiz ainda retirou os direitos societários das mãos da empresa americana.

Inicialmente o objetivo dessa ação feita por Pedrinho e membros da diretoria que comandam o clube associativo, foi para conseguir resguardar o clube caso aconteça penhora das ações da SAF ou caso a 777 tenha colocado suas ações da SAF vascaína como garantia em caso de falência. Lembrando que a empresa americana está respondendo um processo de fraude. Além disso, internamente Pedrinho e membros do seu grupo acreditam que a empresa americana não irá conseguir cumprir com os compromissos que tem com o Vasco e eles já estariam interessados em encontrar um novo investidor para repassar a SAF do clube.

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Membros da 777 e profissionais do Vasco durante visita ao CT Moacyr Barbosa em 2022 | Foto: Daniel Ramalho

Nesse momento, a decisão de ontem fez com que o controle do futebol voltasse pro clube associativo, atendendo ao pedido de Pedrinho, que estava preocupado sobre a situação financeira da 777 com relações a notícias da imprensa ao redor do mundo sobre uma crise financeira na empresa. Além disso, o juiz também pediu o afastamento dos conselheiros indicados pela 777 que fazem parte do Conselho de Administração da SAF. Sete pessoas ocupam esse conselho, sendo cinco delas ocupadas por pessoas indicadas pela 777, que são: Josh Wander, Andres Blazquez, Donald Dransfield, Nicolas Maya e Steven Pasko, portanto todos foram afastados. Já Vasco tem direito de ocupar as duas vagas restantes e atualmente quem ocupa essas cadeiras são Pedrinho, Presidente do Clube Associativo e Paulo César Salomão, seu vice. Com o afastamento dos cinco executivos ligados a 777 Partners, Pedrinho teria que convocar uma reunião para nomear os novos membros do Conselho.

Porém já se sabe que os advogados da 777 vão tentar recorrer ainda nessa quinta-feira (16) para conseguir reverter essa decisão. Essa informação foi primeiramente noticiada pelo ge.com.

Comunicado do Vasco sobre a ação:

“O Club de Regatas Vasco da Gama, em respeito aos seus sócios, torcedores e ao mercado do futebol em geral, considerando as matérias recentemente divulgadas e a fim de evitar a disseminação de informações distanciadas da realidade, presta os seguintes esclarecimentos:

O Vasco ajuizou ação cautelar no Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro, visando, exclusivamente, preservar o patrimônio da Vasco da Gama Sociedade Anônima de Futebol (VascoSAF). A ação foi necessária e motivada por preocupações sobre a capacidade financeira da sócia majoritária, a empresa 777, em cumprir com suas obrigações contratuais. Essas preocupações foram intensificadas por relatos na mídia internacional, que questionaram a solvência da 777, levantando o risco de penhora ou uso das ações da VascoSAF como garantia em potenciais cenários de falência ou insolvência da 777.

A medida judicial busca, assim, prevenir uma mudança indesejada no controle acionário da VascoSAF, impedindo que entidades externas ao contrato assumam controle. Permanecem, porém, com a 777 os 30% já integralizados pela mesma.

Frise-se que a decisão judicial suspendeu APENAS os efeitos do Contrato de Investimentos e do Acordo de Acionistas relativos à transferência de controle da SAF para a 777. Essa decisão somente restringiu os direitos societários da 777. NÃO HOUVE qualquer alteração em relação às suas obrigações contratuais. Todas as obrigações da 777 estão mantidas. Apenas se devolveu o controle da empresa ao Vasco, o seu sócio fundador, e afastou os conselheiros nomeados pela 777.

Importante esclarecer, por fim, que a justiça não ordenou o retorno do futebol do clube ao seu modelo associativo anterior. Ao contrário, é mantido o modelo de Sociedade Anônima de Futebol (SAF). O Vasco segue firme no propósito de garantir o funcionamento eficaz da VascoSAF, evitando as incertezas jurídicas causadas pela crise financeira da 777, que ameaça e expõe a grave risco a estabilidade da operação.

Club de Regatas Vasco da Gama”. – Disse a nota do Clube divulgada na manhã dessa quinta-feira (16).

Futebol treina normalmente:

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Léo Jardim, goleiro do Vasco, durante treinamento da equipe | Foto: Leandro Amorim

Apesar de toda a “confusão” que está acontecendo nos bastidores, o elenco vascaíno se apresentou normalmente para o treino dessa quinta-feira (16), no CT Moacyr Barbosa, Pedro Martins, o Executivo de Futebol da SAF também estava presente. Acredita-se que nesse momento a rotina do futebol e decisões que foram tomadas devem se manter, como a negociação que já está avançada com Álvaro Pacheco, treinador que rescindiu ontem com o Vitória de Guimarães, e que pode chegar nos próximos dias ao Brasil.

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Além disso, a tendência é que nas próximas horas pessoas ligadas a diretoria do clube associativo devem falar com o CEO Lúcio Barbosa para decidir os próximos passos do futebol. Para termos mais detalhes sobre o que acontecerá daqui para frente deveremos saber na coletiva que Pedrinho dará nessa quinta-feira, às 15:30h, no Salão de Beneméritos do clube para explicar mais sobre a situação atual.

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