Na última quarta-feira (21), o Botafogo divulgou em nota oficial a quebra do acordo pela contratação do volante Wendel, do Zenit por “questões geopolíticos”. Apesar disso, o caso causou estranheza nos torcedores e mídia, pois o club carioca já havia feito dois negócios com os russos no início de 2025: a venda de Luiz Henrique e a compra de Artur. Porém, de acordo com apuração do ge, o real motivo da desistência é a crise financeira que a empresa de John Textor, Eagle Football, está enfrentando.
Primeiramente, é importante contextualizar que o Zenit está na lista de empresas russas sancionadas pelo governo dos Estados Unidos por causa da conflito armado entre Rússia e Ucrânia.
O Botafogo, em nota oficial, alegou que não sabia que o clube russo estava incluído nessa lista. Entretanto, casos anteriores demonstram que a situação do Zenit já era de conhecimento dos clubes. Inclusive, o Vasco passou por uma situação semelhante, envolvendo a contratação de Du Queiroz, jogador do clube russo à época, na qual o acordo entre as duas partes foi cancelado pelos cariocas devido a essa situação. Assim, a alegação do Botafogo de que não tinha pleno conhecimento da situação dos russos demonstra um despreparo e falta de profissionalismo da diretoria alvinegra.
Outro motivação apontada para a desistência é a situação delicada pelo qual Eagle Football está enfrentando. A empresa está passando por problemas financeiros, acumulando uma dívida líquida de 117 milhões de euros, segundo relatórios divulgados no início da temporada 2024/25. Mas como essa dívida está relacionada à situação do Botafogo? Todos os clubes de empresa multi-clubes possuem um sistema de “caixa único”. Por isso, os diretores da Eagle não viam com bons olhos gastar 20 milhões de euros num jogador de 27 anos que provavelmente não daria lucro para a empresa numa venda futura. Assim, com o cancelamento da compra, a Eagle terá um alívio de 20 milhões de euros em suas finanças.