Nesta sexta-feira, o Chelsea anunciou Frank Lampard como treinador interino do clube até o final da temporada. Será a segunda passagem do inglês como treinador dos Blues, retornando ao clube para a função depois de comandar o time entre julho de 2019 e janeiro de 2021.
Todd Boehly e Behdad Eghbali, as duas figuras principais do consórcio que é proprietário do clube, se mostraram entusiasmados com o retorno de Frank ao Chelsea:
Estamos muito satisfeitos em receber Frank de volta a Stamford Bridge. Frank é um membro do Hall da Fama da Premier League e uma lenda neste clube. À medida que continuamos nosso processo completo e exaustivo para um técnico permanente, queremos garantir ao clube e aos nossos torcedores um plano claro e estável para o restante da temporada. Queremos dar a nós mesmos todas as chances de sucesso e Frank tem todas as características e qualidades de que precisamos para nos levar à linha de chegada.
Apesar de voos mais altos estarem limitados na Premier League, os Blues tem pela frente um importante duelo contra o Real Madrid na Liga dos Campeões, que representa a sobrevivência da única chance de título do clube na temporada.
Vale lembrar que, junto de Frank, chega sua comissão que conta com nomes como Joe Edwards, Ashley Cole, Chris Jones e Paul Clement – todos tem passagem como treinador por Cobham.
Dança das cadeiras
Apenas em 2022/23, o Chelsea já demitiu dois treinadores e ainda teve Bruno Saltor atuando como interino na partida contra o Liverpool na última terça-feira.
Graham Potter concordou em ajudar os Blues neste início de transição, por isso, Saltor ficou no clube mesmo após a saída do inglês. No entanto, o interino deixou evidente seus laços com Potter e que, por isso, de certa forma, que não estava interessado em seguir por muito tempo no clube.
Nesse sentido, dada a experiência recente, a diretoria do Chelsea parece ter aprendido com os erros e não tem pressa para apontar o novo comandante definitivo do time masculino. Boehly, Eghbali e os diretores esportivos dos Blues querem escolher o nome certo para, enfim, conseguir fazer o projeto futebolístico deslanchar.
O retorno de Frank Lampard, em primeiro lugar, é uma cartada muito boa da diretoria. A história de Frank como jogador do Chelsea não é qualquer uma: foram 13 anos no clube, 648 jogos, 211 gols marcados e 11 títulos conquistados, incluindo a então inédita Liga dos Campeões em 2012.
Logo, além dos feitos dentro de campo, Lampard tem uma vivência importante dos bastidores de Cobham, mesmo que a diretoria e alguma parte do staff não seja mais a mesma. Se havia reclamações quanto a falta de conexão entre a torcida e o time com Potter no comando, será muito difícil que essa situação continue com o retorno do ídolo do Chelsea.
Em sua passagem anterior, também, Frank trabalhou com muitos dos nomes que integram o elenco atual. Desse modo, existe um conhecimento quanto ao grupo que ele comandará, o que facilita em uma tradução da qualidade de cada um em campo. Da mesma forma, Frank não terá muito a perder e poderá, muito provavelmente, selecionar os jogadores para atividades e jogos sem pressão de perder o vestiário.
Por fim, optar por Lampard no cargo de interino também garante a diretoria tempo para tomar uma decisão definitiva e certa sobre quem deve ser o próximo nome a comandar o clube. Não é simplesmente escolher alguém que se mostra interessado ou que fez bons trabalhos recentemente. Clube e treinador precisam dialogar e convergir quanto ao projeto que os Blues querem construir.