Fim da linha para Lucien Favre no Borussia Dortmund e o que podemos esperar no futuro

Após duas temporadas e meia no Borussia Dortmund, Lucien Favre não é mais o técnico da equipe aurinegra. O suíço de 63 anos foi demitido um dia depois de o BVB ser goleado dentro de sua própria casa pelo Stuttgart por 5 a 1. Favre deixa o clube do Noroeste alemão com dois vice-campeonatos da Bundesliga e apenas um título: o da Supercopa Alemã. Durante seus dois anos e meio no comando do Borussia, Favre também não conseguiu conduzir o Borussia Dortmund além das oitavas de final da Champions League.

 

Ainda que tenha tido a melhor média de pontos da história do Borussia no Campeonato Alemão, Favre não conseguiu conduzir o Borussia Dortmund ao patamar correspondente ao seu potencial ilustrado pela presença de excelentes jovens jogadores. Ao longo das duas últimas temporadas, o BVB foi se reforçando com diversos jogadores jovens (e alguns experientes, como Hummels e Can), mas quanto mais o elenco melhorava, mais Favre perdia o controle da equipe, mostrando se incapaz de levar o Dortmund a um patamar seguinte.

Entre teimosias e erros, houve pontos positivos a serem levantados no trabalho do treinador suíço. Uma de suas grandes virtudes no comando do time aurinegro, foi o desenvolvimento de jovens jogadores como  Hakimi, Morey, Zagadou, Bellingham, Reyna, Pulisic, Sancho e Haaland. Nesta temporada, embora Reyna e Haaland estejam crescendo, o rendimento de demais atletas como Sancho, simplesmente parou de crescer. Isto mostra a apatia do time nos últimos jogos, especialmente, em partidas decisivas como clássicos e competições europeias.

Na temporada 2019/20, Favre usou o esquema 3-4-3 que dava certo. Hakimi por jogar muito como um ala, se destacou nesse esquema, que encaixou perfeitamente, embora não tivesse muitas opções para a zaga. O esquema começou a dar errado depois que Favre retornou ao predileto 4-2-3-1, que deu certo no meio com Dahoud e Brandt. Mesmo assim, o treinador começou a deixar de usar esse esquema sem motivos plausíveis. Assim é notória sua teimosia.

Logo, se escancarou ficaram claros problemas coletivos e de estrutura do BVB. Nunca foi visto um time organizado defensivamente, mas chegou a um ponto que não dava mais para sustentar. E ainda, fazer Can virar zagueiro, manter Brandt, um dos melhores meias alemães em atividade no banco na maioria das vezes e seguir com Reus de titularno time titular foram algumas das teimosias do suíço.

Assim, Favre deixou o time com mais erros do que acertos, mais teimosias do que mudanças no que nitidamente dava errado.

Com a saída de Favre, quem assume o time é o alemão Edin Terzic que aparenta ter uma ideia de jogo mais agressiva e intensa que a de Favre. Terzic já trabalhou como olheiro de Jürgen Klopp, quando o atual técnico do Liverpool dirigia o BVB, é torcedor do clube desde pequeno e é natural da região de Dortmund. O agora jovem técnico de 38 anos de idade tem a missão de conduzir o Dortmund a um sucesso imediato em meia temporada, baita responsabilidade para jovens ombros.

Descendente de croatas, Edin Terzic nunca jogou futebol profissionalmente. Na verdade ele jogava semiprofissionalmente para bancar os estudos de ciências do esporte na Universidade Bochum-Ruhr. Depois de trabalhar como olheiro no BVB de 2010 a 2013, Terzic foi para o Besiktas da Turquia, para trabalhar como assistente de Slaven Bilic e o seguiu quando o também croata foi treinar o West Ham. Terzic voltou para o Dortmund em 2018, para fazer parte da comissão de Favre. Neste mesmo ano, Terzic tirou  Licença Pro da UEFA, que permite treinar clubes de primeiro escalão.

A princípio, Terzic treinará o BVB até o fim da temporada. Os dirigentes do Dortmund não descartam a busca por um novo nome para o comando do clube. O mais cotado para gerir o BVB nas próximas temporadas é Marco Rose, treinador do xará dos aurinegros de Dortmund, o Borussia Monchengladbach.

Rose tem uma ideia de jogo bastante versátil e ofensiva, mas prefere pressionar em linha alta no “momento certo”, trazendo mais variedades táticas para o time, fazendo com que o time seja forte, tanto em ataque total e altamente intenso quanto em contra-ataques(os contragolpes das equipes de Rose costumam ser muito eficientes). Assim, Rose tende a enganar os oponentes dando-lhes um “falso sentido de segurança”, justamente para atacar em suas debilidades.

O Dortmund certamente deverá buscar um novo comandante, a não ser que Terzic repita o sucesso de Flick no Bayern.  Ainda assim, o que se espera, é que o BVB esteja melhor comandado do que com Favre.

 

 

você pode gostar também