CONTEXTO
O Ceará fez uma temporada 20/21 muito boa e, até mesmo, surpreendente em alguns momentos. Apesar de ter iniciado com o segundo vice seguido no estadual para seu maior rival, Fortaleza, fez uma campanha digna no Brasileirão terminando em 11° lugar, porém, com apenas dois pontos atrás do G8, grupo que dava vaga à Libertadores. E, por muito tempo, disputar a maior competição do continente foi um objetivo real e palpável, entretanto, os tropeços na reta final da competição adiaram o sonho nordestino, que foi consolado com uma vaga na Sul-americana 2021.
Na Copa do Brasil, a equipe foi além das expectativas. Eliminou o Santos nas oitavas de final e só caiu nas quartas para o campeão Palmeiras.
A chave do sucesso para a boa temporada do Ceará passou muito pelas mãos de seu técnico, Guto Ferreira. Ele conseguiu transformar o time em um adversário muito difícil de se bater e que competiu com todos que enfrentou, inclusive com os clubes da parte de cima da tabela. O rebaixamento, motivo de preocupação em outras temporadas, foi algo em que a equipe cearense não se preocupou na temporada pois o alto nível apresentado tornou normal o afastamento do Z4.
CRAQUE
Apesar de ser conhecido por um coletivo muito forte formado por Guto, como foi destacado acima, o meia Vinícius Goes, mais conhecido como Vina, foi o grande destaque cearense na temporada passada. Após passagens aquém de seu potencial, Vina chegou ao Ceará em janeiro de 2020 buscando resgatar seu alto nível em um ambiente no qual não teria tanta pressão como teve em seus destinos anteriores.
Dessa forma, o jogador se reencontrou no 4-2-3-1 utilizado pelo técnico fazendo a função do meia central, mas com muita liberdade para ocupar, praticamente, todos os setores do campo na fase ofensiva. Assim, terminou o Brasileirão 20/21 com 13 gols e 9 assistências em 31 jogos, sendo o jogador que mais participou de gols em sua equipe e um dos líderes de assistências da competição. Tal rendimento lhe valeu um espaço na seleção do Prêmio do Brasileirão 2020 como um dos melhores meias da competição.
TIME BASE
O Ceará virou a temporada e manteve o seu esquema, 4-2-3-1, que lhe rendeu boas atuações ano passado. No entanto, apesar do desenho tático ter sido mantido, algumas peças saíram ou foram substituídas devido aos reforços do clube cearense para a temporada.
Nomes como Messias, Jael, Steven Mendoza, Yony González e João Ricardo chegaram para rechear o elenco e dar opções de variações a Guto Ferreira. Nem todos já integram o 11 inicial, porém, com o alto número de jogos, todos recebem minutos e participam dos rodízios promovidos pelo técnico.
Até o momento, o time base da equipe é: Richard; Gabriel Dias, Messias, Luiz Otávio e Bruno Pacheco; Charles e Willian Oliveira; Lima, Vina e Steven Mendoza; Felipe Vizeu.
EXPECTATIVA
Com o bom nível atingido no último ano, a expectativa era que o Ceará pudesse interromper a sequência de títulos do rival no Estadual, brigar pela Copa do Nordeste e, pelo menos, avançar na fase de grupos da Sul-Americana.
Porém, ao contrário da temporada passada, o início da atual não está sendo bom até aqui. Até aqui a equipe já foi vice do Campeonato Cearense novamente para o Fortaleza e também foi vice-campeão da Copa do Nordeste após ser derrotado pelo Bahia na final. Além disso, ficou em segundo lugar no seu grupo da ‘Sula’ e acabou sendo eliminado na última rodada após liderar desde o início.
Enfim, o começo não foi animador e o torcedor cearense já acumula alguns desgostos na temporada, entretanto, com a possibilidade de vingança na Copa do Brasil contra o Fortaleza e o começo do Brasileirão, competição onde atingiu o mais alto nível ano passado, a equipe pode/deve se recuperar do início decepcionante e buscar repetir ou melhorar a campanha realizada na última edição porque, quanto maior o nível, maiores serão as expectativas impostas sobre a equipe e, até então, elas não foram atendidas.
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