De quase rebaixado a maior campeão da história do Atlético

Em 2010 no mês de julho foi anunciado a contratação do Réver pelo Atlético Mineiro, isto em negociação feita pela BMG que adquiriu 50% de seu passe para que o defensor atuasse pelo alvinegro. Recém-chegado no clube, o zagueiro logo assumiu a braçadeira de capitão, a qual o acompanharia por anos e eternizaria em seu ombro.

Estreando com derrota diante ao Santos na Vila Belmiro, o atleta disputou 18 partidas no Brasileirão de 2010 e marcou duas vezes, uma contra o Atlético-GO e a outra vez contra o maior rival do clube, o Cruzeiro. Naquela ocasião, o Galo terminou o campeonato em décimo terceiro lugar com 45 pontos, pontuação marcada por ser o necessário para evitar o rebaixamento e que se repetiu no ano seguinte.

A mudança de patamar do clube viria após brasileiro apagado em 2011, lutando para não cair e sendo um dos jogadores na derrota vexatória para o rival mineiro que se salva do rebaixamento após derrotar o Galo em goleada histórica.

Início de uma virada

Com a equipe reformulada o Atlético Mineiro se firmou na disputa pelo título do Brasileiro na temporada de 2012, porém acabou deixando a taça escapar e ficar com o Fluminense. Mas naquele ano, o capitão alvinegro ergueu o primeiro campeonato de muitos, conquistando o mineiro, que seria erguido novamente no ano seguinte.

Entretanto, o projeto seguiu com o treinador Cuca com a base do elenco já definida, encontrando diversos nomes que seriam importantes no ano seguinte.

O alvinegro enfim havia montado uma grande equipe, visando a disputa da Libertadores, o clube tinha em seu elenco nomes como Victor, Léo Silva, Ronaldinho Gaúcho, Bernard, Jô, Tardelli etc. E em sua liderança havia o zagueiro que vinha para sua terceira temporada no clube: Réver.

Em campanha histórica do Atlético Mineiro na competição continental, finalmente o defensor conquistou o apelido “Capitão América” ou então “Torres Gêmeas” devido à sua dupla defensiva com Léo Silva. Com jogos eletrizantes e de grande emoção para os torcedores, o Galo enfim conquistou sua primeira Libertadores.

Crédito: Bruno Cantini

O momento do ”até logo”

No ano seguinte, Réver faz a sua última temporada antes de finalizar sua primeira passagem pelo clube mineiro, porém a sua despedida não foi de forma melancólica para o Atlético Mineiro, o capitão alvinegro não partiu sem conquistar mais um título, mas dessa vez sem a braçadeira.

Em 2014, o Atlético mudou de treinador e teve algumas mudanças em seu elenco, porém manteve sua base e conseguiu mais um feito inédito e de forma extraordinária. Com campanha milagrosa, mais uma vez, o time foi campeão da Copa do Brasil e da Recopa Sul-Americana pela primeira vez em sua história, derrotando o seu rival Cruzeiro na final da Copa Nacional, e mais uma vez com Réver erguendo a taça.

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Terminada a sua primeira passagem pelo clube, Réver foi em direção a Porto Alegre, onde já tinha atuado pelo Grêmio e dessa vez ia para o rival Internacional. Após um ano no colorado, o zagueiro foi para o Flamengo onde atuou até o ano de 2019.

Retorno com desconfiança

Em sua moradia fora de Belo Horizonte, o atleta passou longe da felicidade encontrada com o alvinegro e conquistou apenas títulos estaduais.

Após temporada ruim no Flamengo, repleta de críticas dos torcedores, Réver acabou retornando ao Galo em 2019. O time já não sendo o mesmo de anos atrás, com elenco mudado e campanhas não tão brilhantes nas competições nacionais e continentais.

Com campanha medíocre em seu ano de retorno, o Atlético terminou o campeonato em décimo terceiro lugar, a mesma posição de 2011. E no ano seguinte, novamente uma reformulação na equipe com chegada do treinador Dudamel, que logo foi demitido para uma mudança mais radical ainda com Jorge Sampaoli.

Sob o comando do argentino, o Galo novamente se destacou no campeonato Brasileiro, porém assim como em 2012 não teve fôlego suficiente para conquistar a tão sonhada taça e terminou por ter sido campeão apenas do campeonato regional.

Continuidade

Enfim chegado o ano atual, 2021. O retorno do treinador Cuca, a chegada de mais reforços de nome como Hulk e Diego Costa, sem a titularidade absoluta o “Capitão Alvinegro” voltaria a ter mais um ano de proporções épicas com a equipe atleticana.

Começando o ano com o título mineiro, a temporada começa repleta de insegurança dos torcedores que já não havia tamanha confiança com o técnico Cuca, o desconhecimento de como estaria Hulk e a idade de Réver também preocupava os alvinegros.

Mas a equipe deslanchou após algum tempo, classificando para o mata-mata da Libertadores, mantendo regularidade no campeonato nacional e avançando na Copa do Brasil. Porém, para a infelicidade dos torcedores o clube acabou sendo eliminado para o Palmeiras na competição continental, o qual jogou com o regulamento debaixo do braço e classificou-se para final com o gol fora de casa.

O tropeço na Libertadores não foi suficiente para desanimar a equipe alvinegra, que emplacou uma forte campanha no Brasileiro e que entraria para a história com diversos marcos da competição, sendo imbatível no Mineirão, sofrendo poucos gols e se mantendo no topo durante grande parte do campeonato.

Consagração

E enfim, o zagueiro que chegou no clube há mais de 10 anos conquistaria o último título que lhe faltava com o clube, o Brasileirão, competição que não era vencida pelo Atlético Mineiro desde 1971. Conquista que parou a cidade mineira, comemoração de grande proporção em Belo Horizonte, massa alvinegra em puro estado de euforia a cada jogo do time.

Na hora de erguer a taça, nada mais justo que darem a faixa de capitão para Réver, mesmo que em campo o atual fosse o zagueiro Júnior Alonso, o simbolismo de Réver é a da mudança do Atlético para além de um gigante que ficava apenas no quase para uma equipe que conquista títulos.

Atlético-MG recebe taça de campeão do Brasileirão Assaí 2021 - Confederação Brasileira de Futebol

Por fim, ainda há mais uma taça para o “Capitão América” disputar, a temporada 2021 ainda não acabou e o Atlético está na final da Copa do brasil que será disputada nos dias 12 e 15 de dezembro, e mesmo que não conquiste a copa nacional, o ídolo alvinegro tem mais um ano de contrato e atuará até o fim de 2022 pelo Galo.

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